
O Junkers G.38 foi uma grande aeronave de transporte de quatro motores, que voou pela primeira vez em 1929. Dois protótipos foram construídos, e ambas as aeronaves voaram como transporte comercial na Europa nos anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial.
Durante a década de 1930, o projeto foi licenciado para a Mitsubishi, que construiu e voou um total de seis aeronaves, como bombardeiro/transporte militar, designado Ki-20.
O G.38 carregava uma tripulação de sete pessoas. Mecânicos a bordo eram capazes de prestar manutenção nos motores em pleno voo, devido ao design das asas do G.38, que proporcionavam acesso direto aos quatro motores.
Design e Desenvolvimento
O protótipo do primeiro G.38 (3301, marcado como D-2000) fez seu primeiro voo em 6 de novembro de 1929, com quatro motores a diesel: dois L55 12 cilindros em V e dois motores L8 de 6 cilindros em linha, com potência combinada de 1.470 kW (1.971 hp). O Ministério da Aeronáutica do Reich comprou o D-2000 para os voos de demonstração, que teve entrega em 27 de março de 1930. Em testes de voo, o G.38 acumulou quatro recordes mundiais, incluindo distância, velocidade e duração de voo com carga útil de 5.000 kg. Em 2 de maio de 1930, a Lufthansa colocou o D-2000 em serviço comercial regular e em voos fretados.

Em 2 de fevereiro de 1931, a Junkers reequipou o D-2000 com 2 motores L8 e L88, que davam uma potência total de 1.764 kW (2.366 hp) e aumentando a capacidade de 13 para 19 passageiros.
O G.38, durante seus anos iniciais, foi o maior avião do mundo. A acomodação dos passageiros era suntuosa, sendo criado para rivalizar com concorrentes tipo o Zeppelin. Ele foi o único avião em que os passageiros podiam sentar-se nas asas, que tinha uma espessura de 1,70 m na sua raiz. Havia também duas cadeiras no nariz, e o bordo de ataque de cada asa era equipado com para-brisas inclinados, dando a estes passageiros uma visão da frente, geralmente disponíveis somente para os pilotos. Havia camarotes e cabines para fumantes.
Em termos de design, o G.38 lembra vagamente o Blended Wing Body, atualmente sendo desenvolvido pela NASA e Boeing como alternativa ao "tubo" tradicional da aviação comercial contemporânea.
História Operacional
Em 1o. de julho de 1931, a Lufthansa iniciou serviços regulares entre Berlim e Londres, em voos que transportavam até 13 passageiros. Esta rota Londres-Berlim foi interrompida em outubro de 1931, para adaptar aeronave e expandir a cabine de passageiros do D-2000. O trabalho durou desta data até o verão de 1932, durante o qual um segundo pavimento foi construído dentro da fuselagem do D-2000, que permitia uma maior capacidade de carga e capacidade para até 30 passageiros. Além disso, o motor do D-2000 foi novamente atualizado para quatro L88, dando um total de potência combinada de 2.352 kW (3.154 hp). Também neste momento, o número de matrícula do D-2000 foi alterado para D-AZUR.
Enquanto isso, um segundo G.38 - número de fábrica 3302 e matrícula D-2500 (posteriormente alterada para D-APIS) - foi construído, com uma fuselagem de dois andares e capacidade para 34 passageiros. Seis passageiros eram transportados em dois compartimentos de cada asa e os 22 restantes, em dois níveis da fuselagem. O Lufthansa D-APIS foi utilizado em serviços regulares que abrangiam as cidades de Berlim, Hannover, Amsterdam e Londres. Esta aeronave foi nomeada General Feldmarschall von Hindenburg.

Em 1934, o D-AZUR teve seus motores trocados, desta vez por 4 motores Jumo, dando potência total de 3.000 kW (4.023 hp). Ambos os aviões estavam em serviço em simultâneo até 1936, quando o D-AZUR caiu em Dessau, durante um teste de voo de manutenção. O piloto de testes Wilhelm Zimmermann sobreviveu ao acidente, e não houve mais vítimas. A Lufthansa teve de amortizar este avião devido aos extensos danos causados.
O segundo G.38 - D-2500, posteriormente D-APIS - voou com sucesso dentro da Lufthansa por quase uma década. Com a eclosão da II Guerra Mundial, o D-2500/D-APIS foi pressionado para ser utilizado no serviço militar como embarcação de transporte da Luftwaffe. Acabou sendo destruído no chão durante um ataque aéreo da RAF em Atenas, em 17 de maio de 1941.

(comparativo, em escala, com um Airbus A-319)
(Fonte.)