PlastiBrasil.com - Plastimodelismo Livre e Democrático

Quando alguém olha o um modelo meu e diz nem voa! Eu levo ele no quarto de bagunça e mostro o aeromodelo que abandonei......se eu quisesse que voasse eu usava este!

Pura verdade meu caro!

Essa nova safra do mundo virtual não vê a menor graça em ter modelos estaticos que não "fazem" nada. Nesse quesito, os jogos simulados são "muito melhores", dizem. Sou da safra do meio ou um pouco mais mas gosto de jogar on-line, mas não deixo minha paixão pelo plasti. Menos tempo, menos saco e etc...mas resistimos (não sei ate quando).

Ainda somos muitos, entre outras tribos, vide o investimento pesado que os fabricantes, principalmente chineses, estão fazendo e a quantidade de lançamentos.

À resistência!!

NightRider escreveu:Sem querer fazer filosofia barata, mas como eu tenho um pouco mais de 18 anos ( ) percebo que é normal as crianças/adolescentes não se interessarem pelo plastimodelismo nessa fase da vida delas. Eu mesmo, como vários modelistas, conhecemos o hobby com nossos pais, irmãos mais velhos, etc..., mas acabamos nos afastando por conta de outras prioridades/compromissos: faculdade, trabalho, namorada, etc... e voltamos ao hobby décadas depois, com a vida mais estabilizada, geralmente na casa do 30 (mais ou menos).

Mas, as gerações mais atuais são caracterizadas (dizem os psicólogos de plantão) pelo "imediatismo", tudo é para ontem e pelo "consumismo". Como conciliar isso numa atividade onde a paciência é extremamente necessária ? Além disso, o baixo nivel de nossa educação formal, afasta as crianças do interesse pela leitura, pesquisa, etc... (o google resolve tudo...), o que torna a situação mais clara e crítica na atualidade. No último evento do GPPSD, no PAMA, conversava com o Sérgio (S/R) e o Piva sobre isso, observando o público, sendo que crianças/adolescentes eram pouquíssimos. Isso tudo sem contar a dificuldade que temos para conseguir materiais próprios para o hobby.

Apesar de tudo isso, precisamos continuar divulgando e incentivando interessados e torcer para que as crianças de hoje, que estão tendo contato com o hobby não se afastem dele ou, se isso acontecer, que voltem depois, desta vez para ficar.

Um abraço !

Sem mais.

O que atrapalha o hobby, além da falta de tempo e paciência, são os principais temas. O Plastimodelismo está fortemente vinculado com a aviação militar e militaria. A maioria dos kits são desses temas. O que falta também é ter maior aproximação com os gostos do público. Muita gente paga centenas de dólares por uma figura de um filme ou de uma série, são personagens vinculados a cultura pop, no plastimodelismo carece de modelos desses temas. Temos bons kits Star Wars da Fine Molds e também kits em geral da Polar Lights, mas mesmo filmes famosos, como Avatar, não tem kits oficiais, somente "garage kits" em resina caríssimos. Eu gostei muito daquela aeronave do filme "Oblivion", não existe kits dela. Alien é uma série legal e finalmente esse ano a Polar Ligths vai lançar algumas coisas, porque os kits anteriores eram da Halcyon que vc só encontra em leilões no ebay.

Existem kits de figuras e ficção científica, mas são a minoria, muitos são difíceis de encontrar, por que são antigos e caros. Fora que as residências estão cada vez menores e ter espaço pro hobby não é pra qualquer um, imaginem montar uma bancada num apartamento de 19m². Assim, como os tempos mudam, o plastimodelismo mudou. Hoje se tornou um hobby muito mais profissional. Apesar dessa mudança, ainda não se adaptou muito bem aos novos tempos e demandas do público.

A dificuldade do hobby também é um empecilho em um tempo onde ninguém mais aceita frustrações.

Darth_Tyranus escreveu:O que atrapalha o hobby, além da falta de tempo e paciência, são os principais temas. O Plastimodelismo está fortemente vinculado com a aviação militar e militaria. A maioria dos kits são desses temas. O que falta também é ter maior aproximação com os gostos do público.

Concordo com vc Darth mas tbém acho que é de cada um, em minha casa somos em 3 irmãos, tenho certeza que nenhum dos outros dois nunca, mas nunca mesmo passarão, como eu, 3 ou 4 horas para acertar e aplicar os decals do jeito certo em um avião, nunca farão, por mais popularizado que os kits fossem.

Acho que o perigo no futuro é esse distanciamento das grandes guerras, os jovens mal conhecem o que aconteceu, quando vc fala dos aviões antigos, tanques, navios japoneses,... eles não entendem essa "grandeza" que para nós é motivo de tanta satisfação. Eu infelizmente penso que os kits das grandes guerras vão tender a sumir e para as fabricas não fecharem, vamos ter miniaturas de qquer coisa "atual" dos filmes ou seriadospara os malucos como nós, em um futuro meio próximo, passarem o tempo.

Darth_Tyranus escreveu:
A dificuldade do hobby também é um empecilho em um tempo onde ninguém mais aceita frustrações.

Isso que você disse é fantástico.

Abraço!

Essa miojização é real. Mas creio que o plastimodelismo continuará a trazer novas pessoas para suas sendas. Eu mesmo tenho 23 anos e comecei a montar como terapia aos 20. Tem alguns detalhes que limitam como a falta de espaço, o custo ou a dificuldade em conseguir alguns materiais.

massruha escreveu:

Yamamoto escreveu: ficava dentro de casa montando aviãozinhos de plastico

É de cagar um cara q fala uma merda dessa, merece ser

Se me permitem, vou abordar o problema por uma lógica diferente. Já acho que nunca se teve condições tão propícias para o plastimodelismo ganhar força como agora. Digo isto pela experiência dos meus 42 anos de vida, com pelo menos uns 35 envolvidos (as vezes mais as vezes menos) com o plastimodelismo.
Antigamente se alguém quisesse comprar um kit era muito provável que tivesse que se dirigir a uma grande capital. Muitas pessoas do interior (no meu caso do Rio Grande do Sul) não tinham acesso aos kits, não existiam lojas especializadas nas cidades pequenas. Lembro que uns vinte e cinco anos atrás eu comprava kit só em Porto Alegre na Hobbycraft quando ia visitar uma namorada (é, eu namorava também,e bastante). Não se tinha comércio pela internet como temos hoje. Pro pessoal mais novo isso pode parecer tão natural, mas a coisa já foi muito diferente. Comprar coisas da China para ser entregue na porta de casa sem por os pés na rua, nem em filme de 007 a gente via. Sim, houve uma época que alguns supermercados tinha kit Kiko-Revell (ganhei muitos de meu pai assim), mas era uma fração do que temos ao alcance atualmente.
E para se saber alguma informação de um determinado avião ou piloto, só em livros e revistas!! O acesso à informação era muito mais díficil e restrito. Ainda vivíamos sob a esfera de influência dos Estados Unidos, então acham que conhecíamos grande caças como o LA-7, Yak-3, que o maior ás aliado era um russo de nome Ivan Kozhedub, e que as Batalhas como a de Kursk foram realmente as decisivas para o desenrolar da 2a Guerra?? E dicas e referências para montar um kit?? Nada de Plastibrasil.org pra ajudar a trocar ideias e estimular montagens. Se aprendia tudo sozinho ou com um ou outro amigo que montava. E olha que naquela época já éramos poucos. O percentual de aficcionados pelo plasti era muito pequeno, como ainda continua hoje em dia. Nunca foi uma atividade popular, nem nunca será. Realmente tem que ter paciência, gostar de estudar, ler, se informar... A maioria não se encaixa mesmo.
Então não vejo com tanta preocupação o futuro do plastimodelismo. Como disse, nunca tivemos tantos recursos disponíveis para difundir e aperfeiçoar o hobby. Nunca tivemos tanta coisa entregue diretamente na nossa casa, seja pela internet ou pelos Correios.
Eu me preocupo mesmo é quando o petróleo acabar...

Abs

Heitor escreveu:Se me permitem, vou abordar o problema por uma lógica diferente. Já acho que nunca se teve condições tão propícias para o plastimodelismo ganhar força como agora. Digo isto pela experiência dos meus 42 anos de vida, com pelo menos uns 35 envolvidos (as vezes mais as vezes menos) com o plastimodelismo.
Antigamente se alguém quisesse comprar um kit era muito provável que tivesse que se dirigir a uma grande capital. Muitas pessoas do interior (no meu caso do Rio Grande do Sul) não tinham acesso aos kits, não existiam lojas especializadas nas cidades pequenas. Lembro que uns vinte e cinco anos atrás eu comprava kit só em Porto Alegre na Hobbycraft quando ia visitar uma namorada (é, eu namorava também,e bastante). Não se tinha comércio pela internet como temos hoje. Pro pessoal mais novo isso pode parecer tão natural, mas a coisa já foi muito diferente. Comprar coisas da China para ser entregue na porta de casa sem por os pés na rua, nem em filme de 007 a gente via. Sim, houve uma época que alguns supermercados tinha kit Kiko-Revell (ganhei muitos de meu pai assim), mas era uma fração do que temos ao alcance atualmente.
E para se saber alguma informação de um determinado avião ou piloto, só em livros e revistas!! O acesso à informação era muito mais díficil e restrito. Ainda vivíamos sob a esfera de influência dos Estados Unidos, então acham que conhecíamos grande caças como o LA-7, Yak-3, que o maior ás aliado era um russo de nome Ivan Kozhedub, e que as Batalhas como a de Kursk foram realmente as decisivas para o desenrolar da 2a Guerra?? E dicas e referências para montar um kit?? Nada de Plastibrasil.org pra ajudar a trocar ideias e estimular montagens. Se aprendia tudo sozinho ou com um ou outro amigo que montava. E olha que naquela época já éramos poucos. O percentual de aficcionados pelo plasti era muito pequeno, como ainda continua hoje em dia. Nunca foi uma atividade popular, nem nunca será. Realmente tem que ter paciência, gostar de estudar, ler, se informar... A maioria não se encaixa mesmo.
Então não vejo com tanta preocupação o futuro do plastimodelismo. Como disse, nunca tivemos tantos recursos disponíveis para difundir e aperfeiçoar o hobby. Nunca tivemos tanta coisa entregue diretamente na nossa casa, seja pela internet ou pelos Correios.
Eu me preocupo mesmo é quando o petróleo acabar...

Abs

Assino embaixo com o Heitor.
Eu voltei ao Plastimodelismo em 2011, aos 50 anos, 30 anos depois deter parado, com cerca de 19 anos. E onde eu estava morando? Em Manaus! Longe de tudo e sem uma loja de plasti sequer (só de aeromodelismo e de diecast)… Sou da época em que se comprava kits em lojas de departamentos e supermercados, como disse o Heitor. Livros de referência eram caros e/ou importados, como a série In Action, da Squadron-Signal, Profile, Monogram Close-Up e outros… E o pessoal mais antigo do Grupo Amazonense de Plastimodelismo, do qual faço parte, conta que compravam kits em lojas de Manaus como a Lobras, no Centro. Hoje, isso não é mais possível. Então, se não fosse a internet e os correios (apesar do serviço muitas vezes porco e a má vontade da Receita), estava ferrado!