ARARÁ – Catalina da FAB
A data era 31 de julho de 1943, um sábado.
Um avião Focke-Wulf FW-58 “Weiheâ€, desenho alemão, mas fabricado no Rio de Janeiro, estava à procura do submarino alemão U-513, que em 25 JUN 43 torpedeou e afundou o navio-tanque norte-americano “Eagleâ€, a apenas 8 milhas de Cabo Frio, Estado do Rio de Janeiro. Os submarinos do Eixo operavam nas costas brasileiras, em plena guerra.
O FW-58 estava patrulhando a área de Cabo Frio, tentando localizar o U-513, quando deu com outro submarino alemão, o U-199.
Em 3 JUL 43 esse submarino tinha derrubado um bote voador Martin Mariner, da Marinha dos Estados Unidos (A Revell também tinha esse kit), durante a noite, o qual tentava afundar o U-199. Faleceu toda a tripulação do Mariner com a queda. Em 27 do mesmo mês o U-199 afundou o navio mercante inglês “Henzadaâ€.
O U-199 (U de submarino, em alemão), era do tipo IX D-2, construído em Bremen, Alemanha, e em 13 MAI 43 partiu para seu primeiro cruzeiros de ação nas águas do Brasil. Deslocava 1.804 toneladas, tinha uma tripulação de 57 homens e podia carregar 24 torpedos. Media 88 metros de comprimento e era comandado pelo Kapitanleutnant (Capitão Tenente)
Hans Werner Kraus, de 28 anos de idade, que já era veterano de guerra, pois tinha comandado o U-83.
O U-199 ao se aproximar do Rio de Janeiro, entrou em uma área fortemente patrulhada por aviões, pois estava para se iniciar, partindo do Rio, o comboio marítimo JT-3.
Dado o alarma pelo FW-58, o U-199 foi atacado por um Mariner americano, à s 07:18 horas, que o avariou, impossibilitando-o de submergir. Ele estava, então, a 60 milhas marítimas ao sul da Barra da Baía de Guanabara. Foram também acionados 2 aviões da FAB, do Grupo de Patrulha, sediado na Base Aérea do Galeão, que na época se denominava 12º Corpo de Base Aérea. Um era um A-28 Hudson, que decolou especialmente para o ataque, e o outro era um bote voador Catalina, PBY-5, que já estava voando na região de Cabo Frio, fazendo varredura na rota que o comboio ia percorrer.
Os dois aviões chegaram sobre o submarino com uma diferença de 10 minutos e fizeram um ataque coordenado. A partir das 08:50 horas, o Hudson, embora não tenha acertado o submarino com suas bombas, fez mais duas passagens sobre ele, metralhando as tripulações que manejavam as armas antiaéreas no tombadilho. O Hudson, então, voltou ao Galeão para sua tripulação pegar outro avião municiado.
Pouco antes das 09 horas, o Catalina iniciou dois ataques e no primeiro lançou 3 bombas de profundidade que acertou o U-199 em cheio, no sentido de seu comprimento. O comandante do U-199 deu ordem à tripulação do submarino que já estava a afundar, e com o lançamento da última bomba pelo Catalina, como golpe de misericórdia, a ação do ataque se encerrava, pois o U-199 afundou à s 09:02 horas, descendo de popa.
Verificando que havia sobreviventes, o Catalina lançou botes salva-vidas de borracha (ao contrário dos alemães que metralhavam os náufragos na água para não deixarem testemunhas), e permaneceu sobrevoando o local durante 2 horas até a chegada do navio tender “Barnegat†AVP-10 da marinha americana, que estava na Baía de Guanabara, o qual recolheu os sobreviventes, dentre eles o comandante do U-199.
O Catalina era comandado pelo Cap Av
José Maria Mendes Coutinho Marques, e o piloto que efetuou o ataque foi o Aspirante Av
Alberto Martins Torres. O piloto do Hudson era o Ten Av
Sergio C. Schnoor.
Em 28 AGO 43, menos de um mês após afundar o U-199, esse Catalina foi batizado em cerimônia presidida pelo Ministro da Aeronáutica de então, recebeu a silhueta de 1 submarino, e seu nome Arará tinha pertencido a um navio brasileiro afundado por submarino do Eixo.
A tripulação recebeu elogios oficiais, mais uma vez.
Este modelo do Arará mostra-o com os decalques durante o ataque e com as inscrições durante o batismo. O Arará foi, sem dúvida, um Catalina especial da FAB e a Revell brasileira lançou este modelo com orgulho.