Shepard, muito oportuno o seu tópico.
Eu retornei ao plasti depois de mais de 30 anos... Quando era adolescente, montei quase tudo o que a Revell Brasileira (Revell-Kikoler) lançou. aviões em 1/72 eu acho que montai a linha toda de warbirds, muitos da I Guerra e muitos jatos. Montei também alguns navios e veículos militares. Claro que, naquela época, não tinha nenhuma noção e nem compromisso com a qualidade. Pintava com aquelas tintas esmalte sintético brilhantes mesmo que eram fabricadas e vendidas pela Revell em qualquer boteco. Era uma época em que muita gente começou como hobby, pois era bastante acessível...
Conforme fui crescendo, comecei a ver o que outros plastimodelistas faziam, em termos de Brasil e no exterior e babava com aquilo! Não acreditava que conseguissem tal qualidade e tinha até vergonha dos meus. Pena que, quando comecei a ter possibilidade de investir mais no hobby para melhorar a qualidade de minhas montagens, uma série de mudanças em minha vida, envolvendo estudos, trabalho e casamento(s) me afastaram do Plasti.
E se passaram 32 anos antes que, aos 50 anos, e mais estabilizado, decidi voltar.
Comecei a comprar kits, investi em ferramental mais adequado e em uma bancada...
Avaliei os kits que tinha em mãos e fiz um ranking, do pior para o melhor. Dois kits que havia comprado, bem baratinhos, chamaram-me a atenção pela "goiabice" extrema. Eram o P-47B e o P-51D da Testors, também conhecida como DeTestors...
Então, peguei esses dois kits e errei muito ao montá-los e pintá-los... O P-47, durante um tempo, foi o meu "buster", um sucatão que eu cada vez que ira treinar pinturas e camuflagens com aerógrafo, testar diluição de tinta, etc, eu passava algodão com acetona nele e tirava a tinta toda, para usá-lo como "vítima"...
Fiquei nisso por alguns meses. O P-47, depois de tanto sofrer, acabei doando ele para uns sobrinhos de minha esposa. Durou uns dois dias nas mãos das crianças, é claro, que viam (e vêem) os "aviãozinhos" do tio como brinquedos fascinantes, embora eu sempre diga que não são. O P=51, que montei como o The Millie G, do Maj. Gillier, está jogado em uma caixa de papelão, junto com mais uns dois ou três kits.
Esses dois ou três kits um pouco melhores também serviram para que eu melhorasse a técnica a um mínimo aceitável, na minha opinião. Um deles era um P-47D da Academy/HTC, que montei como o P-47D do Fortunato. Fiz umas cagadas na pintura, mas gostei do kit. Tanto que montei outro igual, sem as cagadas anteriores,

bem como um terceiro, que fiz como o P-47D do AspAv Diomar Menezes. Essas duas montagens estão no GT 04, aqui no PlastiBrasil, neste tópico:
http://www.plastibrasil.com/viewtopic.php?f=106&t=897 e neste outro aqui:
http://www.plastibrasil.com/viewtopic.php?f=106&t=898.
Outro kit que fiz umas barberagens e decidi dar a ele uma segunda chance foi um P-51D da ICM, que na primeira vez não gostei do resultado, mas resolvi montar outro igual e já gostei bem mais do resultado. Essa segunda montagem deste P-51D está no GT 03, aqui:
http://www.plastibrasil.com/viewtopic.php?f=104&t=991
Enfim, como dizem os gringos, shit happens... Se você não aprendo com seus erros e com os erros dos outros, você é um tolo.
E o grande barato de um Fórum como o PlastiBrasil e outros é este espírito de camaradagem e vontade de ajudar os que estão começando e, como você disse, podem pensar em desistir na primeira dificuldade...
Acho até engraçado alguns aqui me chamando de mestre e coisa e tal... Gente, não sou mestre em plasti. Ainda me considero um colador de peças... Esforçado e querendo fazer sempre o melhor, mas um colador de peças... Precisam ver o que o pessoal do GAP, aqui de Manaus faz! Lá sim, tenho vários mestres! Eu tô de volta ao Hobby há uns dois anos apenas. Gosto de passar adiante o pouco que aprendo, mas aprendo muito mais do que ensino, podem ter certeza disso.
Como eu disse, o grande barato de um fórum de plasti é o compartilhamento de experiências. Gosto do que o Alexandre Rezende, lá da galáxia dele, costuma pregar: "compartilhe conhecimento". Aprender com seus erros é bom, mas se puder aprender com o erro dos outros, melhor ainda!
Fico feliz de ver tanta gente colocando e compartilhando suas dificuldades, inclusive nossos amigos de além-mar: de Portugal, Japão, Inglaterra, EUA, etc... que não têm reservas em divulgar e difundir suas técnicas e experiências.
Espero que o pessoal, novato ou experiente, continue chegando e somando. Ninguém sabe tudo a ponto de não aprender algo novo todo dia. Alías, acumular conhecimento somente para você pode torná-lo erudito. Para torná-lo sábio, é outra história.. Precisa saber como aproveitar o conhecimento acumulado. E a melhor maneira de aproveitar, é compartilhando.
