
Fonte: https://www.flightglobal.com/fixed-wing ... 89.article
O Mikoyan MiG-29 (nome de código da NATO Fulcrum ) é um caça de fabricação russa . Desenvolvido no início da década de 1970, entrou ao serviço da União Soviética em 1982 e mantem-se operacional até os dias de hoje na Força Aérea Russa, bem como nos países para onde foi exportado.

Fonte: https://www.edrmagazine.eu/in-use-for-training
Desenvolvimento
A URSS desde a segunda metade da década de 60, já se trabalhava num novo conceito de aeronave, de 4ª geração, e a experiência obtida nos conflitos da época já apontavam para necessidade de dois vetores, um caça mais robusto, e um mais leve, que seria, na verdade, um caça médio. Ambos operariam em uma configuração “Hi-Loâ€. O fruto desses estudos deu origem a dois dos mais formidáveis caças jamais produzidos: MiG-29 e Su-27.
O MiG-29 foi construído para impor a superioridade aérea no campo de batalha, atuando bem perto das linhas inimigas, motivo pelo qual o caça foi projetado para ser operado a partir de pistas danificadas ou semipreparadas. A aeronave também possui um trem de pouso robusto, com pneus de baixa pressão. A fim de se evitar a ingestão de objetos estranhos pelo motor, quando em terra, as tomadas de ar principais ficam fechadas por escotilhas e o ar é admitido para os motores através de tomadas auxiliares que ficam nos prolongamentos das asas, proporcionando, assim, um fluxo de ar suficiente para alimentar os motores nas decolagens, pousos e passagens a baixa altitude, evitando a ingestão de detritos do solo (FOD – Foreign Object Damage).

Fonte: https://www.edrotacultural.com.br/adeus ... cidentais/
Em 1977, os americanos tomaram conhecimento da existência do MiG-29. O primeiro protótipo da aeronave foi o 901 (01 Blue), que realizou o seu primeiro voo em 06/10/1977. Em novembro do mesmo ano o “901†foi fotografado por um satélite de reconhecimento americano e recebeu a denominação provisória de RAM-L.
Ao se olhar para o tamanho e a forma da aeronave, ficava claro que os soviéticos estavam desenvolvendo uma contrapartida para o F-16 e o F/A-18, mais ainda, a URSS estava se aproximando dos EUA em matéria de tecnologia aeronáutica.
O surgimento do MiG-29 representou uma grande surpresa para os americanos, tendo chocado os comandantes militares, principalmente por suas linhas e design. Chamava muito a atenção o detalhe da cauda dupla, similar ao F-15. As linhas do corpo da aeronave remetiam a um outro projeto americano, o NA-335, da North American. Até então, os caças soviéticos eram considerados básicos e feios; pura e simplesmente, um motor com asas. Mesmo o venerável MiG-21 era considerando simplista pelos engenheiros americanos. Todos ficaram chocados ao perceberem que o MiG-29 rivalizada, pelo menos visualmente, com o F-15, F-16 e o F/A-18.
Em 1986, Jukka Hoffren, que era um fotógrafo da força aérea finlandesa, baseado na base aérea de Tikkakoski – Finlândia (onde fica a Academia da Força Aérea daquele país), fascinado pelo anúncio de que os soviéticos iriam expor o novo MiG aos finlandeses em um show aéreo na cidade de Kuoppio-Rissala, viajou para assistir o evento e ver a nova aeronave de perto.
Antes de 1986, os não-soviéticos haviam visto o Fulcrum somente através de fotos obtidas através de satélites espiões. Na época, as imagens com baixa definição e granuladas foram publicadas pela revista Aviation Week & Space Technology, que teve acesso à informação.
A força aérea finlandesa, que na época seguia uma política de boas vizinhanças, possuía uma frota diversificada, composta por aeronaves tanto da USSR, quanto do ocidente, por esse motivo os soviéticos pretendiam vender o MiG-29 aos finlandeses, que à época operavam o MiG-21, além do SAAB Draken e o BAE Hawk. Nas palavras do fotógrafo Jukka Hoffren, que estava acostumado com o visual simplista dos caças soviéticos da época, o MiG-29 era um caça que impressionava, ainda assim, nada de técnico se sabia ao certo a respeito da aeronave.

Fonte: https://www.defesaaereanaval.com.br/avi ... -do-mig-29
Dois anos mais tarde, o ocidente voltaria a contemplar a aeronave. Os soviéticos expuseram o caça no show aéreo de Farnborough de 1988, na Inglaterra, e um ano mais tarde, em 1989, no show aéreo de Paris – Le Bourget, onde, no primeiro dia do evento (09/06/1989), durante um voo de demonstração comandado pelo piloto Anatoliy Kvochur, um dos motores do MiG-29 falhou e a aeronave caiu. O piloto conseguiu se ejetar e sobreviveu ao acidente, apenas com ferimentos leves.
Em agosto de 1989, no show aéreo de Abbotsford, no Canadá, os soviéticos marcaram sua presença com um grande número de aeronaves. No último dia do evento (13/08/1989), a bordo de um caça MiG-29UB (biplace) comandado pelo piloto de testes Valery Menitsky, o Major da força aérea canadense, Bob Wade, que era piloto de CF-18 Hornet, entrou para história, tendo sido o primeiro piloto ocidental a voar no Fulcrum.
As impressões mais detalhadas a respeito do Fulcrum, entretanto, só viriam à luz a partir do dia 15 de dezembro de 1989, quando o analista militar, e escritor, Benjamin Lambeth, que também era piloto, tornou-se o primeiro americano a voar no MiG-29, num evento realizado na Base Aérea de Kubinka, naquele que foi o primeiro voo de piloto ocidental em uma aeronave militar dentro espaço aéreo soviético desde o término da 2ª Guerra Mundial.
Com a reunificação alemã, o ocidente teve acesso irrestrito ao MiG-29, proveniente da antiga Alemanha Oriental, que possuía 29 aeronaves do tipo.
Em pouco tempo, os comandantes militares da OTAN passaram a ter pleno conhecimento das capacidades do caça. Existe muita controvérsia a respeito da percepção dos pilotos ocidentais em relação ao Fulcrum. Em termos de tecnologia embarcada, se comparado, por exemplo, aos caças americanos, o MiG-29 era simples; entretanto, dentro da tal simplicidade, os soviéticos foram capazes de desenvolver soluções que permitiam ao caça rivalizar com as aeronaves existentes na época. Chamava a atenção a alta manobrabilidade do caça; ficava claro também que eles haviam evoluído significativamente no tocante ao desenvolvimento de motores, mesmo com as limitações das primeiras versões do Klimov RD-33. É importante salientar, entretanto que as aeronaves exportadas para a então Alemanha Oriental eram de uma versão “downgraded“, se comparadas à s utilizadas pela VVS, não possuindo capacidade de usar armas nucleares, além de serem equipados com aviônica inferior.
Em combate
Apesar das suas virtudes aparentes, o MiG-29 não foi tão bem sucedido em combate real. Voou em combate na Guerra do Golfo, sobre a Sérvia, e na Guerra Eritreia-Etiópia em 1999. Porém, a maioria das aeronaves destruídas estava no solo e as poucas perdidas em combate aéreo se deve ao fato da tecnologia superior utilizada pelos EUA, como aeronaves AWACS e mísseis mais modernos, além do alto grau de treinamento dos pilotos americanos. Alguns técnicos consideram estes valores reveladores das deficiências do MiG-29. No ambiente hostil do Iraque e Sérvia, os Estados Unidos tomaram a iniciativa e asseguraram a sua superioridade aérea desde muito cedo, restando poucas hipóteses aos MiG-29s de responder. No entanto, algumas análises de potencial, quando comparados paralelamente, indicam que o MiG-29 poderia ser equiparado ao F-15 Eagle. Análises efetuadas pela Federação dos Cientistas Americanos (FAS) revelaram que o MiG-29 é igual ou superior ao F-16, após os exercícios conjuntos DACT, realizado entre pilotos alemães (que herdaram o MiG-29 da antiga Alemanha Oriental) e pilotos americanos, em razão de seu sistema de mira montado no capacete (HMS) dos pilotos e da grande manobrabilidade do MiG-29 Ã baixa velocidade.

Fonte: https://www.cavok.com.br/aeronaves-famo ... 29-fulcrum
Em uso
Com mais de 1600 unidades produzidas, o MiG-29 foi exportado para aproximadamente 30 países. Várias versões do caça foram desenvolvidas, entretanto, foi a partir de 1997, com surgimento do MiG-29UPG, especificamente desenvolvido para a força aérea da Ãndia, que o caça recebeu uma aviônica efetivamente moderna. A aeronave piloto foi avaliada tanto pelo fabricante, quanto pela VVS, que considerou o trabalho satisfatório, tendo encomendado seu próprio pacote de atualizações, ainda mais robusto. Com uma aviônica efetivamente moderna, surgia assim o MiG-29SMT (atualização realizada em plataformas antigas) e MiG-29M/M2 (aeronaves de produção). Coincidência ou não, isso equivale ao período imediatamente posterior à época em que houve a transferência de algumas unidades do Fulcrum à Israel.

Fonte: https://weaponsandwarfare.com/2019/01/3 ... crum-1977/
FICHA TÉCNICA
Performance
Velocidade máxima: Mach 2
Potencia: 1.14
Razão de subida: 19 800m/min
Fator de carga: 10Gs
Taxa de giro: 27,5º/s
Taxa de rolamento: 240º/s
Raio de ação/ alcance: 1000 km/ 2000 km
Alcance do Radar: 200 km alvo com RCS de 5m²
Propulsão: Dois motores RD-33MK com 5 300 kg de empuxo seco e 9 000 kg com pós combustão.
Dimensões
Comprimento: 19m
Envergadura: 15m
Altura: 6m
Peso vazio: 11.000 kg
Peso máximo de decolagem: 29. 700 kg
Armamento
Ar Ar: Míssil R-73 Archer, R-77 Adder e R-27 Alamo.
Ar superfície: Míssil KH-29T/L, KH-59 e KH-31A/P
Bombas: KB 500L/T
Interno: Canhão GSh-30 de 30 mm

Fonte: http://en.aviation-report.com/modernize ... air-force/
Fontes do texto:
Mikoyan Gurevich Mig-29. Wikipedia a Enciclopédia Livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mikoyan-Gurevich_MiG-29
GIORDANI - AERONAVES FAMOSAS: MiG-29 Fulcrum. CAVOK.
Disponível em: https://www.cavok.com.br/aeronaves-famo ... 29-fulcrum