
Mikoyan-Gurevich MiG-21 (em russo: МикоÑн и Гуревич МиГ - 21, designação da OTAN: Fishbed) - é um caça, originalmente construído pelo gabinete de design Mikoyan - Gurevich, na União Soviética. Era conhecido popularmente pelos pilotos polacos como "balalaika", dada a sua semelhança com esse instrumento de cordas de origem russa. Foram produzidos aproximadamente 10.000 exemplares das suas muitas variantes. É o segundo avião militar mais produzido após a Segunda Guerra Mundial, depois do Lockheed C-130 Hercules. As primeiras versões são consideradas como caças de segunda geração, enquanto as últimas versões são considerados caças de terceira geração. Cerca de 50 países em quatro continentes utilizaram o MIG-21 e ainda está ao serviço de muitas nações, passado meio século após o seu voo inaugural. Este avião estabeleceu recordes: pelo menos de nome, é o avião supersónico mais produzido de sempre na história da aviação, e o avião de combate mais produzido depois da Guerra da Coreia, sendo ainda o avião de combate com a mais longa produção de sempre, tendo em conta as suas diversas versões (1959-1985). Em 1966, por meio da Operação Diamante, o Mossad levou para Israel um MiG-21 roubado da força aérea iraquiana e, a engenharia reversa da qual foi objeto, revelou segredos tecnológicos que foram compartilhados pelas forças aéreas israelense e americana.

História Operacional
A Força Aérea Soviética recebeu os primeiros Mig-21 no inverno de 1957-1958. Era um avião muito simples, com um turbojato R-11, tanque para 2.340 litros de combustível e dois canhões de 30 mm. Pouco tempo depois, recebeu um par de mísseis ar-ar K-13A com orientação infravermelha instalados sob as asas. Entre suas características constava com servocontroles dos planos móveis, empenagem inteiriça com pontas antiflutter, radar de orientação de tiro, flapes de área variável e uma curiosa capota integrada ao pára-brisa, articulada na frente e ejetável juntamente com o assento. O Cockpit era pressurizado, o equipamento eletrônico incluía VOR, Rádio UHF multidirecional e ADF, além de TACAN com determinação de distância e mira e radar de aviso de cauda. Por ser considerado um caça diurno, não havia previsão para bombas e o peso excessivo desses primeiros modelos não raramente exigia que os canhões fossem removidos.

O problema do peso só foi superado em 1959 com o Mig-21F, quando foi instalado uma versão aperfeiçoada do turbojato R-11, além de ter um aumento na corda da asa no bordo de ataque o que acabou lhe conferindo maior estabilidade lateral em números Mach elevados, para compensar a baixa autonomia, essa versão recebeu um tanque ejetável de 490 litros e outros armamentos como casulos de 16 foguetes de 57 mm que substituíram os mísseis K-13A que só acertavam o alvo que lhe deixasse uma esteira bem quente e bem a sua frente, mesmo assim essa versão apresentava sérias limitações de autonomia, a ausência de um radar para quaisquer condições meteorológicas e um precário armamento. A versão F foi a primeira a ser exportada primeiro para a Finlândia e para os países do Pacto de Varsóvia e a primeira a ser fabricada na Tchecoslováquia e Ãndia sob licença e na China sem licença. Em 1960 surgiu o Mig-21PF, um interceptador aperfeiçoado, com o radar R1L e teve sua capacidade de combustível aumentada para 2.800 litros, o combustível extra ficava numa pequena carenagem atrás do cockpit, foram instalados pneus de baixa pressão para operações em terrenos irregulares, o que resultou em pequenas saliências na raiz das asas, os canhões orgânicos foram definitivamente removidos para permitir a instalação de freios aerodinâmicos e a antena sob o nariz, passou para a parte superior desse. Ainda nessa década o modelo PF recebeu várias modificações, inclusive garrafas RATO para auxiliar na decolagem e a mudança para o topo da deriva do paraquedas de frenagem. As últimas versões da variante PF, foram designadas Mig-21FL nas versões de exportação, que contava com um turbojato R-11F2S-300 mais potente, radar R2L e um módulo de canhão preso sob a fuselagem GP-9 (a versão da Força Aérea Soviética continuou chamando-se Mig-21PF), esse módulo acomodava 2 canhões GSH-23 de cano duplo de 23mm. Além da versão PF , a Força Aérea soviética operou um pequeno número da variante Mig-21SPS com flapes aumentados para operar em pistas curtas. As outras versões a seguir foram o Mig-21PFM que era um PF com várias modificações, inclusive um pára-brisa fixo convencional e a capota abrindo para a direita, o Mig-21PFMA que possuía suportes adicionais para combustível e armamentos, possuía assento ejetável km-1 zero-zero e uma instalação interna na fuselagem para o canhão GP-9.

A variante Mig-21R surgiu no final dos anos 60 como uma variante de reconhecimento com um kit ventral contendo câmaras oblíquas voltadas para frente, varredura infravermelha e sensores adicionais. A variante Mig-21M passou a ser atribuída aos modelos exportados ou fabricados na Ãndia. Na década de 1970, os modelos padrão eram o Mig-21MF e o Mig-21SMT, o primeiro possuía um turbojato R-13 mais potente e mais leve que o R-11 e carenagem dorsal ampliada para receber mais combustível, o segundo era um MF com equipamentos eletrônicos mais avançados associados aos mísseis K-13A que podia ser guiado por radar ou infravermelho. O Mig-21bis foram as últimas versões fabricadas, com capacidade de 2.900 litros de combustível e um novo turbojato R-25. Paralelamente as versões de caça, se desenvolveram várias versões de treinamento com assentos duplos em tandem, cuja designação era Mig-21U. Por fim, última variante do Mig-21 foi a 2000, desenvolvida pela empresa israelense IAI , em colaboração com a IAR da Romênia, modernizando antigos modelos do Mig-21 para que possam utilizar mísseis R-60 e R-73,para isso essa versão conta com um cockpit totalmente modernizado com aviônicos Ocidentais, tais como, HUD, CRTs, radar ELTA e um novo pára-brisas em peça única.
A produção total das variantes do Mig-21, ultrapassa as 10.000 unidades e na década de 80, ainda estavam em serviço só na Força Aérea Soviética cerca de 1.000 Caças, 300 de reconhecimento e 300 de treinamento. Os usuários estrangeiros foram cerca de 40 Forças Aéreas.